Participamos da VII semana de avaliação do curso de gestão da avaliação
da Cesgranrio, no dia 25 de outubro, abordando o tema “competências e mercado
de trabalho na avaliação”.
Para a Logos foi uma oportunidade ímpar poder trocar reflexões sobre o
“fazer” da avaliação com diferentes profissionais e estudantes que, assim como
nós, trazem dúvidas, soluções, anseios e muitas possibilidades de fazer cada
vez melhor o ofício da ciência avaliativa.
Abordamos as competências do avaliador a partir do papel da avaliação ao
longo dos séculos, independente da sua condição formal ou informal. Passando
por exemplos como a confecção e a avaliação das espadas dos Samurais, onde os
avaliadores do sabre aferiam qualidade; a maiêutica Socrática, com o
método da perguntação, até a análise de desempenho dos atletas e
organizacionais, como forma de expressar a transversalidade e amplitude do
tema.
Nesse percurso contextual, transitamos pelos diferentes períodos de
produção econômica e focamos na indústria 4.0, que é marcada pela completa
descentralização do controle dos processos e conexão entre máquinas, sistemas e
ativos – maior automação - redes inteligentes que interagem com toda cadeia de
valor e fizemos a seguinte pergunta: qual a relação da indústria 4.0 com a
avaliação/avaliador? O que isso tem a ver com competências do avaliador?
A resposta parece simples, mas não é! Apesar de compreendermos as
transformações sociais ao longo da história, vivemos em um período inconstante
e dinâmico, onde a ruptura entre os modelos de produção - o pensar, o ser e o
fazer – estão mais rápidos e consequentemente exigem de nós mudanças no mindset para conjugarmos o bombardeio de
informações e transforma-las em ações que dialoguem com as novas necessidades e
interpretações de mudo.
Diante do exposto, é necessário dizer que a avaliação de programas e
políticas públicas, também, passa por uma propagação exponencial e global. Isso
se dá, dentre outros motivos, devido a gestão para resultados, as exigências de
transparência e compliance, a expansão da cultura
avaliativa para outros segmentos além da saúde e da educação, como direito
criminal, economia, empresarial, entre outros, e a interação da avaliação com a
inteligência artificial e neurociência.
O crescimento da avaliação enquanto profissão demonstra ser constante,
mas sem velocidade, e aí? A conta não fecha, pois a baixa aceleração abre
margem para profissionais que não possuem pensamento, experiência e/ou formação
avaliativa se sentirem aptos a assumirem a função. Mas como esse assunto dá
“pano para manga” e pede uma reflexão mais profunda, apenas acendemos o sinal
de alerta!
O
papel do avaliador na atualidade além de técnico, também, é político, pois é
necessário ocupar um espaço de produção de conhecimento que lhe pertence e
nesse caso a militância se faz presente quando o avaliador: dissemina
conhecimentos; atua como formador e utiliza de diferentes meios, formas e
escalas para falar da avaliação e se qualificar continuamente. No que tange a
qualificação contínua, fizemos um esforço de síntese para destacar, das mais de
200 competências presentes na literatura, oito que vão fazer a diferença na
formação do avaliador, são elas:
- leitura de contexto sociocultural; conhecimento técnico/metodológico; negociação e mediação de conflitos; flexibilidade cognitiva - capacidade de criar ou usar diferentes conjuntos de regras para combinar ou agrupar as coisas de diversas maneiras; comunicação; síntese e autoavaliação.
Para o desenvolvimento destas competências hoje, no
Brasil, entre outras opções, é possível investir na formação acadêmica -
graduação e pós graduação - ofertada pela Cesgranrio; participar de eventos
sobre o tema; criar conexão, divulgar práticas e pensamentos por meio da Rede
Brasileira de Monitoramento e Avaliação; ter acesso à autores de referência por
meio de publicações de livros realizadas por instituições como GIFE, Fundações
Roberto Marinho e Itáu Social e disseminar experiências em meio digital.
O que o futuro da avaliação pode esperar de você?
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