quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Competências do avaliador em tempos de indústria 4.0


Participamos da VII semana de avaliação do curso de gestão da avaliação da Cesgranrio, no dia 25 de outubro, abordando o tema “competências e mercado de trabalho na avaliação”. 

Para a Logos foi uma oportunidade ímpar poder trocar reflexões sobre o “fazer” da avaliação com diferentes profissionais e estudantes que, assim como nós, trazem dúvidas, soluções, anseios e muitas possibilidades de fazer cada vez melhor o ofício da ciência avaliativa.

Abordamos as competências do avaliador a partir do papel da avaliação ao longo dos séculos, independente da sua condição formal ou informal. Passando por exemplos como a confecção e a avaliação das espadas dos Samurais, onde os avaliadores do sabre aferiam qualidade; a maiêutica Socrática, com o método da perguntação, até a análise de desempenho dos atletas e organizacionais, como forma de expressar a transversalidade e amplitude do tema.

Nesse percurso contextual, transitamos pelos diferentes períodos de produção econômica e focamos na indústria 4.0, que é marcada pela completa descentralização do controle dos processos e conexão entre máquinas, sistemas e ativos – maior automação - redes inteligentes que interagem com toda cadeia de valor e fizemos a seguinte pergunta: qual a relação da indústria 4.0 com a avaliação/avaliador? O que isso tem a ver com competências do avaliador?

A resposta parece simples, mas não é! Apesar de compreendermos as transformações sociais ao longo da história, vivemos em um período inconstante e dinâmico, onde a ruptura entre os modelos de produção - o pensar, o ser e o fazer – estão mais rápidos e consequentemente exigem de nós mudanças no mindset para conjugarmos o bombardeio de informações e transforma-las em ações que dialoguem com as novas necessidades e interpretações de mudo.

Diante do exposto, é necessário dizer que a avaliação de programas e políticas públicas, também, passa por uma propagação exponencial e global. Isso se dá, dentre outros motivos, devido a gestão para resultados, as exigências de transparência e compliance, a expansão da cultura avaliativa para outros segmentos além da saúde e da educação, como direito criminal, economia, empresarial, entre outros, e a interação da avaliação com a inteligência artificial e neurociência.

O crescimento da avaliação enquanto profissão demonstra ser constante, mas sem velocidade, e aí? A conta não fecha, pois a baixa aceleração abre margem para profissionais que não possuem pensamento, experiência e/ou formação avaliativa se sentirem aptos a assumirem a função. Mas como esse assunto dá “pano para manga” e pede uma reflexão mais profunda, apenas acendemos o sinal de alerta!

 O papel do avaliador na atualidade além de técnico, também, é político, pois é necessário ocupar um espaço de produção de conhecimento que lhe pertence e nesse caso a militância se faz presente quando o avaliador: dissemina conhecimentos; atua como formador e utiliza de diferentes meios, formas e escalas para falar da avaliação e se qualificar continuamente. No que tange a qualificação contínua, fizemos um esforço de síntese para destacar, das mais de 200 competências presentes na literatura, oito que vão fazer a diferença na formação do avaliador, são elas:

  • leitura de contexto sociocultural; conhecimento técnico/metodológico; negociação e mediação de conflitos; flexibilidade cognitiva - capacidade de criar ou usar diferentes conjuntos de regras para combinar ou agrupar as coisas de diversas maneiras; comunicação; síntese e autoavaliação.

Para o desenvolvimento destas competências hoje, no Brasil, entre outras opções, é possível investir na formação acadêmica - graduação e pós graduação - ofertada pela Cesgranrio; participar de eventos sobre o tema; criar conexão, divulgar práticas e pensamentos por meio da Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação; ter acesso à autores de referência por meio de publicações de livros realizadas por instituições como GIFE, Fundações Roberto Marinho e Itáu Social e disseminar experiências em meio digital.


O que o futuro da avaliação pode esperar de você

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